Passo Doble Malbec Corvina 2005


Um vinho moderno. Um vinho diferente. Um vinho com estilo.
O Passo Doble da vinícola ítalo-argentina Masi é tudo isso e encantou este avaliador. A dupla fermentação da malbec, a segunda com adição da uva corvina ligeiramente “passificada” (na forma de passa), tornou este vinho uma experiência muitíssimo bem-sucedida, com leve acidez, pouca madeira, bastante frutado, agradável fundo de uva-passa, tanino discretíssimo e um cheirinho gostoso que lembra ameixa. O Passo Doble é, assim, um vinho recomendadíssimo.

Classificação: muito bom.

Marco Luigi Reserva da Família Cabernet Sauvignon 2003


Trata-se de um vinho nacional muito competente. E olha que creio que ele já foi melhor, pois dá mostras de que já começou a decair. Portanto, se você deseja tomá-lo, o momento é este, pois depois o prazer não será o mesmo. Sobre este vinho, chamou-me a atenção seu buquê deveras frutado e o sabor de frutas vermelhas sem quase nada de álcool. O preço poderia ser melhor, mas, mesmo assim, vale o “investimento”.
Classificação: muito bom.

Alamos Malbec 2006


Não gostei desse vinho. Não caiu bem. Engraçado que, antes de tomá-lo, eu havia lido comentários positivos sobre ele. Mas nada do que li se confirmou. O vinho é despersonalizado. Sem fruta. Sem graça. Um malbec decepcionante, eu diria. Ele me deixou tão decepcionado, que cheguei a cogitar a hipótese de ter bebido um vinho estragado, de uma garrafa malconservada. Mas não creio, pois o adquiri da zelosa Mistral. O mais engraçado é que, no mesmo dia, bebi um nacional (avaliação acima) que, perto deste Alamos argentino, é show de bola. E ainda dizem que vinho nacional não presta...
Classificação: ruim.

Don Giovanni Cabernet Sauvignon 2005


Um vinho nacional decente. Encorpado, boa presença de fruta, madeira no ponto certo, pouco taninoso, acidez equilibrada. Combina bem com massas. Por tudo isso e pelo preço, vale a compra, e muito!

Classificação: bom.

Vallontano Reserva Cabernet Sauvignon 2004


Um dos melhores vinhos nacionais. Ele nos dá a esperança de que um dia o Brasil será um país de grandes vinhos. De parabéns a pequena vinícola gaúcha Vallontano. Este cabernet sauvignon é excelente, encorpado, frutado e harmônico no todo. Poderia ser mais barato, pois seu valor infelizmente está fora do padrão brasileiro. Abstraindo-se essa questão do preço, tudo o mais é quase perfeito.

Classificação: muito bom.

Dal Pizzol Merlot 2005


Mais um Dal Pizzol honesto. Simples, com vitudes (frutado), com defeitos (álcool além do ideal), com bom custo-benefício, em resumo, um vinho que podemos tomar sem o risco de nos decepcionar.


Classificação: regular.

Periquita Tinto 2004



O vinho português mais popular, pelo menos entre nós brasileiros, é uma mistura de 85% da uva castelão francês, 7,5% da aragonês e 7,5% da trincadeira. Isso a partir de 2002, pois até esse ano o Periquita era feito de 100% da castelão francês (popularmente conhecida como periquita, daí o nome do vinho), mas, por razões comerciais, a casa José Maria Fonseca (a produtora) decidiu adicionar a aragonês e a trincadeira, visto que o vinho feito exclusivamente com a castelão demora uns seis anos para amaciar.


O Periquita com seu feijão-com-arroz costuma geralmente agradar a todos, inclusive aos mais exigentes. Prefiro ele a certos vinhos-marketing que custam os olhos da cara.

Classificação: regular.

Santa Alvara Cabernet Sauvignon 2005


Quando tomo um vinho como este, me pergunto quando o Brasil vai produzir vinhos bons e baratos, pois o chileno Santa Alvara Cabernet Sauvignon 2005 é tudo isto: bom e barato. Não tem nada de extraordinário, mas satisfaz por seu conjunto e principalmente pelo excelente custo-benefício.

Classificação: regular.

Colonia las Liebres Bonarda 2006


Bom vinho argentino. A bonarda é uma uva popular no país dos hermanos. Eles apreciam muito os vinhos dessa uva, que geralmente são densos e rústicos como este da Colonia las Liebres. Enfim, é um vinho que vale ser degustado, principalmente por aqueles que querem explorar novos sabores.

Classificação: bom.

Don Abel Pinot Noir 2007


Razoável vinho nacional. Por ser um pinot noir, até que é decente, pois o Brasil definitivamente não é propício para essa uva. Mas a Don Abel, mais uma vez, faz um vinho que, se não é especial, pelo menos não decepciona. O preço poderia ser melhor. O custo-benefício também é razoável.



Classificação: regular.

Marquês de Borba Alentejo 2006


Um vinho com V maiúsculo. Mais um exemplar de qualidade de Portugal, cujas uvas nativas, como a aragonês e a trincadeira deste Marquês, são quase sempre a certeza de vinhos bem-feitos e saborosos. Enfim, este é um vinho recomendadíssimo.

Classificação: muito bom.

Luigi Bosca Reserva Malbec 2005


É um bom vinho, porém de custo-benefício ruim. O Finca La Linda, da mesma vinícola, é mais barato e melhor, portanto de custo-benefício bem superior. O pecado do Luigi Bosca Reserva Malbec 2005 são dois: gosto pronunciado de álcool e acidez intensa. É um daqueles vinhos que você bebe uma vez e não fica com a menor vontade de repetir a experiência.

Classificação: regular.

Marco Luigi Merlot 2004


Vinho decente de ótimo custo-benefício. É mais um que mostra a capacidade do Brasil de produzir bons vinhos. Equilibrado, bem frutado, macio e um fundo doce. De fácil harmonização com comida, cai bem com massas e aves assadas.

Classificação: bom.

Cuma Cabernet Sauvignon Organic 2006



Bom vinho. Além disso, é orgânico e, o melhor, é barato. Por ser orgânico, podemos dizer que é inacreditavelmente barato. Quanto ao sabor, nada de excepcional, mas também não decepciona. Tem taninos moderados, não é frutado, nem há gosto e cheiro forte de álcool. Um vinho descompromissado, porém feito com competência e não explora mercantilistamente o fato de ser orgânico.

Classificação: regular.

Mouton Cadet Rouge 2005


É um bordeaux ordinário. Não vale a metade do valor pelo qual é vendido no Brasil, em torno de R$ 50,00. Áspero. Sem fruta. Muito álcool. Péssimo custo-benefício. Enfim, fique longe dele!

Classificação: ruim.

Trivento Merlot Malbec 2006


Boa opção quando a grana está curta. Custa cerca de R$ 15,00. É um vinho simples, mas de sabor agradável, com taninos equilibrados. O custo benefício dele é muito bom.

Classificação: regular.

Hex Von Wein Cabernet Sauvignon 2007


Um vinho que me surpreendeu positivamente. Primeiro, por ser orgânico. Segundo, por ser produzido por uma pequena e desconhecida vinícola, a Hex von Kaffeeschneis' (http://www.hexvonk.kit.net/avinicola.htm), numa localidade sem tradição de produzir bons vinhos. Eu tenho certa prevenção com vinhos orgânicos, pois os que tomei, na maioria, eram caros e ruins. Este é simples, mas é bom. Taninos suaves. Acidez fraca. Retrogosto doce. Só é encontrado na internet: na Essenciais do Brasil, na Química Zero e na loja da Coopernatural.

Classificação: bom.

Salton Talento 2004


Bom vinho nacional. Em sua composição entram três variedades de uva: cabernet sauvignon, merlot e tannat. A mistura resultou num vinho de corpo médio, tanino discreto e acidez baixa. O custo-beneficio é ruim porque ele é caro.

Classificação: bom.

120 Santa Rita Carmenere 2006


Eis um vinho de excelente custo-benefício. Equilibrado. Baixa acidez. Presença de frutas em boa medida. Vale.

Classificação: bom.

Rio Sol Reserva Cabernet Sauvignon 2003


Os vinhos Rio Sol são os melhores do Vale do São Francisco. Mas ainda podem melhorar. De toda forma, este cabernet desmente os que diziam que o Nordeste era incapaz de produzir bons vinhos tintos. Verdade que ainda não supera os bons tintos da serra gaúcha. E isso quem está dizendo é um nordestino cabra da peste, deveras bairrista. Mas mentir não é a minha. Em resumo, o Rio Sol Reserva Cabernet Sauvignon 2003 é bom. O que é ruim é seu preço. O mais engraçado é o fato de ser mais caro no Estado onde é produzido, Pernambuco. Aqui, uma garrafa custa, em média, R$ 40,00. Em São Paulo, encontra-se por R$ 29,00.

Classificação: bom.

Dal Pizzol Pinot Noir 2007


O que o pinot 2005 da Miolo não tem, este da Dal Pizzol tem. É agradável. Frutado. Redondo. Enfim, é um vinho que satisfaz.

Classificação: bom.

Miolo Pinot Noir 2005


A pinot noir é uma uva complicada. Seu cultivo é complexo, trabalhoso. Fora da Borgonha, sua região de origem, raros são os pinot noirs bem-sucedidos. Este pinot noir da Miolo, por exemplo, é um fracasso. O que o salva é o preço, cerca de R$ 20,00. Ou seja, dá para se tomar quando a grana está curta e a prateleira do supermercado não oferece nada melhor.

Classificação: ruim.

Los Cardos Malbec 2006 (Doña Paula)


Este vinho não tem nada de mais. Diria até que é decepcionante. Há malbecs melhores e mais baratos.

Classificação: ruim.

Finca La Linda Malbec safra 2005 (Luigi Bosca)


Este sim é um malbec decente e barato. Tem o doce e a maciez de um bom malbec. Combina bem com quase tudo. Vale o dinheiro que se despende por ele.

Classificação: regular.

Quinta Ribeiro de Mattos N.º 2 - Safra 2005


É um vinho bom, mas não vale os R$ 50,00 que se desembolsam por ele. Verdade que tem produção muito pequena, me parece que são apenas 2.000 garrafas produzidas. Mesmo assim, está caro. Quanto ao sabor, é forte, tem personalidade. É mais um nacional honesto.

Classificação: bom.

Do Lugar Merlot-Cabernet Sauvignon 2004 (Dal Pizzol)


Outro exemplar nacional de qualidade. Ótimo custo-benefício. Sem frescuras, simples, bom e nada de madeira. A Dal Pizzol é outra vinícola que me agrada. Até agora não tomei nenhuma porcaria produzida por ela. O ruim é que é difícil de encontrar no Nordeste, onde se esconde este blogueiro. A linha Do Lugar é a mais simples dela. Mas não decepciona. Oferece vinhos baratos e que dão conta do recado, como este Merlot-Cabernet Sauvignon. O senão deste vinho é sua acidez intensa. Mas essa falha pode ser corrigida: é só decantá-lo.

Nota: 6,0.

Don Abel Reserva Cabernet Sauvignon 2005 (Brasil)


Eu gosto da Don Abel. Não é marqueteira. Seus vinhos, até agora, mantêm um padrão. Este cabernet sauvignon é mais uma prova disso. Extremamente saboroso. Sem madeira. Frutado, com gosto pronunciado de uva. Excelente custo-benefício. Ainda há os que dizem que o Brasil não produz bons vinhos. Deve ser porque não conhecem vinhos como este cabernet da Don Abel.

Classificação: muito bom.

Casa Valduga Gewurztraminer 2006 (Brasil)


Branco saboroso. Excelente custo-benefício. Simples, mas competente. A safra de 2006 é melhor que a de 2005. Tem um sabor doce que não agride. Acidez boa. Vale outras compras.

Classificação: muito bom.

Newen Pinot Noir 2006 (Bodega del Fin del Mundo - Argentina)


É um pinot noir decentezinho. Dá pro gasto. O custo-benefício, porém, é ruim. Não vale R$ 35,00, o preço médio dele. Há pinot noirs nacionais melhores e mais baratos. Não o comprarei de novo. Falta-lhe personalidade. É rude. Sente-se o gosto de álcool. Enfim, é vinho para se tomar uma única vez.

Classificação: regular.