Marqués de Tomares Excellence 2005


Esta produção de Rioja, Espanha, é uma prova de que o vinho descrito abaixo tem realmente um sensacional custo-benefício. Não que o Palácio seja melhor do que este, não. O Marqués é melhor. Mas a diferença não é tão grande assim. Isso faz o custo-benefício do Palácio del Conde ser muito melhor. De toda forma, o Marqués de Tomares Excellence 2005 também marca presença entre os espanhóis bons e acessíveis.
Em relação à análise olfativa e gustativa, trata-se de um corte de tempranillo e graciano bem encorpado, com destaque para seu equilíbrio, rico buquê de frutas vermelhas, presença correta de madeira e leveza de álcool.
Diz-se no rótulo que é uma produção limitada de 21.048 garrafas. A nossa foi a 3.942, consumida numa tarde chuvosa do inverno recifense de 25 graus Celsius.

Onde comprar: na internet, Wine Store (
www.winestore.com.br); no Recife, Distribuidora de Vinhos Recife (81 3426-2090)
Quanto custa: cerca de R$ 40,00
Classificação: bom

Palácio del Conde Reserva 2003


Espetacular surpresa. É assim que começo definindo este vinho, indicado por um amigo. E o que disse meu amigo se confirmou: o Palácio del Conde Reserva é um espanhol bom e muito barato. Resultado da mistura das uvas monatrell e tempranillo, o Palácio é macio, frutado, equilibrado, redondo, muito agradável, principalmente ao bolso: onde eu o comprei, no Hiperbompreço da Avenida Recife, no Recife, está por inacreditáveis R$ 10,00. E é bom que fique assim, pois o mercado está carente de vinhos bons e baratos como este.

Onde comprar: no Recife, no Hiperbompreço; noutros Estados, talvez no Wal-Mart, do mesmo grupo do Hiper
Quanto custa: cerca de R$ 10,00
Classificação: bom

Altano Douro 2005



Mais um português bem-feito. É o resultado da mistura de 70% da casta tinta roriz (a tempranillo dos espanhóis) com 30% de touriga franca. Não é complexo, mas tem um bom conjunto, em que sobressaem o aroma de frutas, o frescor, a acidez discreta, a madeira bem integrada, os taninos suaves. Pode ser incluído no rol das boas compras, sem dúvida.

Onde comprar: Mistral (
www.mistral.com.br); no Recife, Club du Vin (81 3326-5719)
Quanto custa: entre R$ 30,00 e R$ 50,00
Classificação: bom

Oremus Merlot 2006


O que esperar de um vinho nacional que custa cerca de R$ 10,00? Nada. E não há nenhum demérito nisso, mas apenas o realismo de quem está ciente dos gastos que envolvem a boa vinicultura no mundo e, principalmente, no Brasil, o país dos impostos. Enfim, este Oremus da indústria de bebidas Fante, de Flores da Cunha, Rio Grande Sul, é pelo menos um vinho honesto. Tem muitos defeitos, como sua acentuada acidez, mas tem lá suas virtudes, como a boa presença de frutas. Por R$ 10,00, vale. Mas não espere muito do Oremus – ele é apenas um vinho de mesa melhorado.

Onde comprar: na internet, Costi Bebidas (
www.costibebidas.com.br); no Recife, Ingá Vinhos (81 3252-1100 e 81 3326-3858)
Quanto custa: cerca de R$ 10,00
Classificação: razoável

Rosso di Altesino 2005


Estamos diante de um bom vinho italiano com preço não proibitivo, portanto, raro. E como todo vinho italiano, combina muito bem com comida. E em particular, no caso deste Rosso di Altesino, a combinação é perfeita com massas. Sobre as características deste vinho, feito de 80% de sangiovese e os 20% restantes de merlot e cabernet sauvignon, destacam-se o sabor e o aroma de frutas, sem madeira, com taninos suaves e corpo bem estruturado.

Onde comprar: Mistral (
www.mistral.com.br); no Recife, Club du Vin (81 3326-5719)
Quanto custa: cerca de R$ 50,00
Classificação: bom

Biblioteca do Avaliador


Guia de Vinhos – Edição de bolso 2008

Do britânico Hugh Johnson, um dos maiores críticos de vinhos do mundo, este guia não pode faltar na biblioteca de nenhum apreciador de vinhos.
Quase 100% atualizado, algo muito difícil na dinamicidade do mundo de vinhos, em que produções boas e ruins se sucedem numa velocidade acelerada, o guia de Johnson se constitui num importante apoio àqueles que vivem a garimpar bons vinhos, livrando-os de escolhas ruins.
Esta edição tem o prefácio de Renato Machado, que muito bem define a obra e o autor: “Aqui cada verbete situa o leitor num universo bem definido, ao qual não podem faltar precisão e elegância. Junto com a cultura, esses são os atributos de um escritor de vinhos. Hugh Johnson é o primeiro entre eles”.
O Guia de Vinhos – Edição de bolso 2008 está à venda nas melhores livrarias.
Mais informações em
http://www.novafronteira.com.br/guiadosvinhos/

Couteiro-Mor Tinto 2004


Vinho básico da Adega Couteiro-Mor, este regional alentejano se destaca pela excelente relação custo-benefício (custa cerca de R$ 20,00). Constituído das uvas aragonês, castelão e trincadeira, tem aroma e sabor em que predominam frutas vermelhas, sendo um pouco rude, mas agradável no todo.

Onde comprar: lojas especializadas; no Recife, na Ingá Vinhos (81 3252-1100 e 81 3326-3858)
Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Classificação: bom

Alto Uxmal Cabernet Merlot 2006




Este é um vinho cujo custo-benefício pode ser considerado ótimo. Sim, pois para um vinho de R$ 21,00 (na Mistral) ele é surpreendente. Macio, leve, frutado, taninos doces e equilibrados, sem excessos de madeira, essas são algumas de suas qualidades. É dito, no resumo informativo sobre ele na loja virtual da Mistral, que combina muito bem com comida, fato que se confirmou: na primeira vez, com um salmão de ervas no forno, foi perfeito; na segunda, com uma simples, porém deliciosa lasanha ao sugo, foi perfeito outra vez.
Então, por tudo isso e, principalmente, pelo preço, este vinho, caro leitor, é para comprar de caixa!

Onde comprar: Mistral (
www.mistral.com.br); no Recife, Club du Vin (81 3326-5719)
Relação custo-benefício: excelente
Classificação: bom

Jornal do Avaliador


O estilista dos vinhos portugueses da moda

Reportagem: Flávia de Gusmão
contato:
flgusmao@jc.com.br



Luís Pato é dono de uma das principais grifes da vinicultura portuguesa. Antenado com as tendências, ele anuncia que a nova onda será a dos vinhos com menor teor alcoólico



O vinho segue a moda? Pode apostar que sim. Se pensarmos em moda como o lado mais externalizado de um conjunto de crenças, hábitos e comportamento adotados numa certa época por um certo grupo, maior ou menor, de pessoas, sim, podemos dizer com certeza que não só o vinho, mas a gastronomia e tudo o que a ela se relaciona também vivem seu momento fashion.


Carnes, por exemplo, no passado das cortes medievais, eram servidas quase pútridas. O mau odor disfarçado por uma gama de especiarias. Hoje, associamos qualquer coisa que entra boca adentro, necessariamente, com frescor. Não apenas frescor na sua origem, mas também o frescor dos ingredientes que não são mascarados por outros ingredientes. Antigamente, tomava-se vinho em pesadas taças de estanho, desconhecendo-se, contudo, que a corrosão desse material pela acidez do vinho levava uma quantidade não recomendada do metal para a corrente sanguínea, muitas vezes com resultados fatais.


O português Luís Pato, engenheiro químico e vinicultor, é um senhor que adora uma moda. À frente da vinícola que já está com sua família desde o século 18, ele não se conforma em apenas produzir um dos melhores vinhos do mundo: ele o quer diferente. Novidadeiro, mantém em sua propriedade dois hectares cultivados com pés francos. Na linguagem dos “enoentendidos” isso significa dizer que essas parreiras nunca foram enxertadas com espécimes norte-americanos, medida de prevenção em todo o mundo depois que a Europa viu todos os seus vinhedos dizimados por um fungo chamado filoxera. Ests área, correspondente a dois campos e meio de futebol, é toda plantada com a uva de sua preferência, a autóctone baga (entenda-se por autóctone aquela que é originária e específica de uma região, neste caso, Portugal ), e produz apenas duas pipas, ou 1.500 garrafas, por colheita. É o mesmo que dizer que um pé de uvas rende uma taça.


Voltando à comparação com o mundo da moda, no seu métier, Luís Pato é um estilista e, como tal, é na originalidade e no perfecconismo que ele cavou seu espaço entre os grandes. Os seus vinhedos, localizados na região das Beiras, dá duas colheitas por ano, como no Vale do São Francisco, e, no final de agosto, quando os cachos já estão maduros o suficiente para confeccionar um espumante, alguns deles são retirados e enviados à produção dessa bebida e os outros são mantidos no pé para que, com menos concorrência, produzam um tinto melhor. Mister Baga, como é conhecido, diz que não quer fazer uma cópia daquilo que é produzido na região de Champanhe, França, e que, com a insolação maior em Portugal, obtém uma bebida menos ácida e mais aromática. “A vantagem de Portugal é ter uvas que os outros não têm. Temos que vender nossa diferença, mas vender bem. Temos mais de 300 uvas diferentes, 10% delas são muito boas, vamos divulgá-las”, defende.


Segundo Luís Pato, a nova geração de enólogos portugueses vem criando vinhos mais limpos e mais apelativos ao novo consumidor, em contraposição a uma geração mais antiga, que se espelhava na França ao elaborar a bebida. Ao lado de condições de vinificação mais apuradas, o resultado é que os vinhos brancos portugueses, na opinião de Luís Pato, deram um grande salto qualitativo. Ele mesmo exporta 90% dos brancos que produz para todo o mundo, inclusive para países que têm forte tradição nesse tipo de vinhos, como a Austrália.


Para ele, os vinhos portugueses começaram a “entrar na moda” na década de 90, quando passaram por uma grande reestruturação tecnológica e conceitual. “Antes, os vinhos portugueses eram amados pela crítica especializada, mas desprezados pelo consumidor. Hoje, as duas pontas se uniram”, diz. Se o mundo da moda pede novidade o tempo todo, ordena sintonia com os novos tempos quase a cada segundo, o mundo do vinho, defende ele, também não pode viver do passado. “Não sou tradicionalista, a uva é minha tradição”, arremata.


E ele anuncia a próxima onda que não tardará a vir – vinhos com menores teores alcoólicos - e faz uma cronologia daquilo que já se andou “usando” nas taças. “Primeiro, a moda era o butterscotch, o vinho amanteigado, amansado à custa do uso da madeira, um vinho que pode ser chamado de Coca-Cola wine porque tentava se amoldar ao gosto universal. Depois foi justamente o contrário, vinhos que aliviavam na madeira e mais alcoólicos. A próxima leva deve trazer vinhos com menos álcool (algo em torno de 12%), macios na boca e com nariz intenso”, profetiza. Num universo tão disputado quanto o da moda, aqueles que produzem vinho com estilo captam as necessidades contemporâneas e procuram engarrafá-las. Para Luís Pato, Portugal tem tudo para ser ponta-de-lança de tendências que se mostrarão universais. As uvas touriga nacional e tinto-cão são, desde já, o que ele acha que vai “pegar” na próxima estação.



Fonte: Jornal do Commercio do Recife, 20/6/2008, Caderno C, pág. 8

Don Laurindo Cabernet Sauvignon Reserva 2005


O destaque desse vinho é a cor, um bonito vermelho-púrpura. O restante é honesto: o aroma tem boa presença de frutas vermelhas; o sabor é encorpado, com bom retrogosto e taninos equilibrados. Enfim, para um nacional, dá conta do recado.

Onde encontrar: lojas especializadas (inclusive as virtuais)
Custo-benefício: razoável
Classificação: regular

Miolo Merlot Terroir 2004


Um dos melhores vinhos nacionais de todos os tempos. E não estou sendo exagerado, não! É um vinho que é pura fruta, concentrado, macio, pleno, voluptuoso, apaixonante, enfim, c’est fantastique! Nele, só há um porém, comum à maioria dos vinhos nacionais: o preço. É uma pena porque, fosse menos proibitivo seu preço, este Miolo Terroir 2004 estaria aprovado em todos os quesitos, sem retoques.

Onde encontrar: safra quase esgotada. No Recife, encontra-se na Casa dos Frios (81 2125-0000)
Relação custo-benefício: ruim
Classificação: muito bom

Misiones de Rengo Carménère 2006


Comprei este vinho em dezembro do ano passado, numa promoção, e só agora resolvi tomá-lo. A demora se deu porque eu intuía que se tratava de um vinho ruim. Sabe como é, uma vinícola meio desconhecida, uma garrafa vendida numa liquidação... Enfim, abri o vinho ontem e tive uma surpresa: minha intuição estava errada. É um frutado e macio carménère do Chile, sem defeito, muito fácil de ser tomado. A compra valeu. E ficou a lição: toda forma de preconceito é nefasta.

Onde comprar: lojas especializadas (no Recife, na Casa dos Frios: 81 2125-0000)
Relação custo-benefício: em promoção, boa; fora de promoção, razoável
Classificação: bom

Clos Torribas Crianza 2003


Bom vinho espanhol. Não é marcante, mas tem suas virtudes: sabor de frutas, madeira em boa medida, sem ser prejudicial, conjunto equilibrado. Bom custo-benefício (custa menos de R$ 40,00). Para o dia-a-dia, é uma boa compra.

Onde comprar: lojas especializadas e supermercados
Relação custo-benefício: boa
Classificação: bom

Isla Negra Cabernet Sauvignon Carménère 2007


Este chileno é o que chamamos de “achado”. E que achado! Um macio, frutado e equilibrado corte de cabernet sauvignon e carménère que, podemos afirmar categoricamente, pode ser listado em qualquer relação de boa compra na faixa dos R$ 30,00. Além das qualidades citadas, sua belíssima cor e seu intenso buquê merecem registro.
O Isla Negra faz jus ao nome: o povoado de Isla Negra, no litoral central do Chile, é onde, diz uma lenda da região, vive o dom da inspiração. Sim, pois inspirados estavam a natureza e os que produziram este encantador vinho.

Onde encontrar: Enoteca Fasano (
www.enotecafasano.com.br); no Recife, Max Brasil (81) 3228-8080
Relação custo-benefício: excelente
Classificação: muito bom

Casa Valduga Merlot Premium 2002

Inicio dizendo que, dos tintos da Casa Valduga que tomei, este foi o melhor. Aqui, abro um parêntese para agradecer ao enoconfrade do blog Vinho para Todos (http://vinhoparatodos.blogspot.com/2008/04/casa-valduga-premium-merlot-2002.html) a ótima indicação. Tudo o que o enoconfrade disse se confirmou quando degustei este vinho: macio, frutado, tanino redondo, acidez e álcool no ponto certo. E olha que se trata de um vinho de 2002 e, apesar disso, não dá mostras de que está em decadência, um fato raro para um nacional que custa cerca de R$ 30,00. Foi realmente uma boa surpresa. Infelizmente, acho que tomei uma das últimas garrafas, pois onde eu comprei, na Bacco’s (www.baccos.com.br), o vinho está esgotado e, em outras lojas, reais e virtuais, a procura foi em vão.

Onde encontrar: na maioria das lojas, está esgotado. Se quiser investir numa procura, vale a pena. Verifique, porém, as condições de armazenamento, pois é um vinho nacional de 2002
Relação custo-benefício: excelente
Classificação: muito bom

Jornal do Avaliador

“Mondovino - a Série" estréia amanhã na Band
Sofia Carvalhosa (sofiahc@uol.com.br)


Difícil imaginar que um documentário sobre vinhos pudesse ultrapassar o ainda restrito mundo dos enófilos para se tornar um inesperado hit. Pois foi exatamente isso que aconteceu com Mondovino, o polêmico trabalho dirigido pelo cineasta Jonathan Nossiter. O norte-americano causou furor ao glorificar os produtores tradicionais e combater, com humor e pimenta, a mesmice causada pela padronização. Além de enorme repercussão mundo afora, o filme foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2004 e ao César de melhor filme europeu de 2005.

A partir de amanhã, 8 de junho, 0h30, logo após o Canal Livre, a Band mostra com exclusividade "Mondovino - A Série". Exibida em mais de 20 países, incluindo França, Itália, Estados Unidos, Japão e Alemanha, a série dá continuidade ao trabalho de Jonathan Nossiter; com a mesma polêmica, mas incluindo personagens que ficaram fora do longa-metragem. Serão oito documentários semanais apresentados pelo enófilo Ciro Lilla, dono da importadora Mistral. Ele fará a introdução dos temas abordados, mostrando os diferentes aspectos do controverso mundo do vinho, visto pelo olhar crítico de Nossiter.

A série começa com a exibição de um trabalho inédito sobre vinhos brasileiros. “Vinho de Chinelos” foi dirigido pela fotógrafa e cineasta paulistana Paula Prandini, mulher de Nossiter, e tem como tema a recente produção do vinho brasileiro na Serra Gaúcha. Nele, é discutida a identidade do vinho nacional, que vem se desenvolvendo muito nos últimos anos, mas ainda é alvo de críticas e preconceitos.

Os outros sete episódios de "Mondovino - A Série" são:

"Família Montille"
O capítulo destaca a família Montille, adepta do não-intervencionismo na produção de vinhos, e aborda outros pequenos produtores de Borgonha que elaboram vinhos excelentes de maneira quase artesanal, sem recursos tecnológicos.

"A família norte-americana"

São apresentadas duas famílias produtoras de vinho na Califórnia: os Mondavi, grandes produtores e cujo patriarca, Robert Mondavi, foi o maior personagem do vinho nos Estados Unidos, e os Stagling, família rica que produz vinhos por hobby.

"A cultura biodinâmica e o respeito pela natureza"

O episódio aborda o terroir e o vinhedo em oposição à influência do enólogo. O enólogo mostrado, de maneira muito polêmica, é Michel Rolland, muito querido no mundo do vinho, cujo trabalho é muito valorizado.

"Robert Parker"

Advogado americano que há mais de 20 anos faz críticas de vinhos dando notas na escala de 100 pontos. Para publicar suas avaliações, ele criou uma newsletter, que é a publicação mais influente do meio, cujas notas altas garantem boas vendas e as más têm efeito contrário.

"Rosenthal x Parker x técnica x terroir, elegância x potência x vinho velho x vinho jovem"

O capítulo revela algumas das maiores controvérsias do mundo do vinho. De um lado, o importador americano Rosenthal defende a tipicidade e a identidade dos vinhos, que devem refletir o terroir. Do outro, Parker afirma que a técnica e o papel do enólogo são mais importantes do que o terroir.
"Mondavi x Frescobaldi x Antinori"

São retratadas algumas importantes famílias do Novo e do Velho mundo que se associaram para produzir vinhos nos dois continentes, revelando disputas familiares, egos e diferentes interesses.

"Mercosul, Michel Rolland, nome família x nome enólogo"

No último capítulo da série são apresentadas vinícolas tradicionais vendidas para grandes grupos, famílias que trocaram seu nome no rótulo pelo nome do enólogo e também as regiões ainda sem tradição na América do Sul, como o Vale do São Francisco e o Paraguai.


Jonathan Nossiter - premiado cineasta norte-americano, dirigiu quatro longas-metragens, entre eles o documentário "Mondovino", uma comédia humana centrada no mundo do vinho, que foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2004. Com esse filme, ele se tornou um dos três únicos diretores já indicados ao prêmio com documentários em toda a história do Festival e o único a ser indicado ao César de Melhor Filme Europeu em 2005. Filho do jornalista Bernard Nossiter, nasceu nos Estados Unidos, em 1961, e cresceu na França, Inglaterra, Itália, Grécia e Índia.

MONDOVINO - A SÉRIE / SÉRIE EM OITO CAPÍTULOS, ESTRÉIA DIA 8 DE JUNHO, 0H30, NA BAND

Vinha do Putto 2005


Entre os brasileiros, este vinho é bom motivo de piada. Afinal, “puto” para nós tem sentido depreciativo. Mas o puto desse vinho é diferente. Primeiro, é “putto”, com dois “t”. Segundo, é de Portugal, e lá “putto” significa criança. “Puttarias” à parte (desculpe-me, mas não resisti ao trocadilho), vamos ao que interessa, a avaliação do vinho. Trata-se de um vinho extremamente frutado, com intenso frescor, sem nenhuma madeira, tanino corretíssimo e acidez idem. É mais um bom vinho português, uma compra acertadíssima.

Onde encontrar: Mistral (
www.mistral.com.br)
Relação custo-benefício: excelente
Classificação: muito bom

Sedna Malbec 2006


O que me atrai neste vinho de Mendoza (Argentina) é o fato de ser um malbec diferente. Toda as vezes que eu o tomo, fico a refletir qual o mistério da natureza que faz com que vinhos de uma mesma região tenham características tão diferentes. Já tomei muitos malbecs, inclusive de Mendoza, mas nenhum como este Sedna da vinícola Flavio Senetiner. Não que ele seja extraordinariamente bom. Não, não é isso. A questão é a sua tipicidade: um argentino com jeito de francês da região do Languedoc, com cheiro de terra, sabor de mandioca, bem rural. Tem também as características de um bom malbec – macio, suave, fácil de beber –, mas o que o distingue são seus atributos languedocianos, dificílimos de ser encontrados num vinho do Novo Mundo, especialmente num malbec.

Onde encontrar: Enoteca Fasano (
www.enotecafasano.com.br); no Recife, Max Brasil (81) 3228-8080
Relação custo-benefício: excelente
Classificação: muito bom

Michel Torino Altimus 2004


É um vinho bom. Mas, para um vinho que custa mais de R$ 70,00, deixa a desejar. Eu, particularmente, esperava mais dele. Desencantos à parte, falemos do Altimus. Trata-se de uma mistura de malbec (40%), cabernet sauvignon (20%), merlot (20%) e bonarda (20%). É razoavelmente frutado, madeira bem integrada, taninos macios. O problema dele? Não é um vinho que cativa, que marca, que justifica seu preço.

Onde comprar: em lojas especializadas
Classificação: bom

Don Abel Chardonnay 2006


Este é um branco muito competente. É fermentado em tanques de aço inox. Portanto, para quem não gosta de madeira, este vinho é um show! Além disso, é fresco, frutado, apresenta notas de flores e boca cheia. É, sem dúvida, um dos melhores brancos do Brasil. Vale a pena, e como vale!

Onde comprar: em lojas especializadas e na loja virtual da própria vinícola (
www.donabel.com.br/shop)
Classificação: muito bom