Baron Philippe de Rothschild Cabernet Sauvignon 2006


Este vinho é produzido no Chile pela vinícola que produz na França o Mouton Rothschild, um dos cinco Premier Gran Cru Classé de Bordeaux. Eu não conheço a jóia rara francesa, fora do padrão de preço dos vinhos consumidos por mim. Não posso falar dela. Deve ser espetacular, pois nas grandes safras chega a custar alguns milhares de euros. Mas deste seu primo pobre chileno posso falar, sim. E, em poucas palavras, digo: não invista seu dinheiro nele. É apenas um cabernet sauvignon mediano. No Chile, na Argentina e até mesmo no Brasil há cabernets mais baratos e bem melhores. Qual o problema deste Rothschild chileno? É muito desequilibrado, tem pouca fruta, muita madeira e é daqueles encorpados grosseiros que não têm riqueza nem complexidade tânicas. A comida o torna um pouco melhor, mas não o suficiente para fazê-lo um bom vinho.

Onde comprar: no Recife, Casa dos Frios (81 2125-0000)
Quanto custa: cerca de R$ 40,00
Classificação: regular

Pizzato Brut 2007


No cenário mundial de vinhos, qual é o futuro do Brasil? Ou melhor, o Brasil tem futuro? A resposta: sim, tem, pelo menos em um segmento – o de espumantes. A cada ano, produzimos ótimos espumantes que, se não chegam aos tops do mundo, não fazem feio perante eles. Aqui está o Pizzato Brut para corroborar essa nossa opinião. Feito pelo processo conhecido como champenoise, em que a segunda fermentação ocorre na garrafa, este espumante à base de chardonnay (70%) e de pinot noir (30%) impressiona pelo frescor e leveza. Complementam suas qualidades o aroma e o paladar de frutas cítricas, a perlage (bolhinhas) finas, a correta acidez, o bom equilíbrio. E o custo-benefício? Este é o “ponto forte dos fortes” deste espumante, pois indiscutivelmente tem um preço aquém de suas virtudes. E não há nessa constatação nenhum estímulo para que a Pizzato mude a política de preço e passe a cobrar mais por seu brut. Pelo contrário, é um elogio porque entendemos que ela está no caminho certo – vinhos bons e preços condizentes com a realidade econômica do Brasil – e uma crítica às vinícolas nacionais que não seguem esse caminho.
Aos que ainda não têm o espumante das festas de fim de ano, a dica está dada.

Onde comprar: Espumantes Web (
www.espumantesweb.com.br)
Quanto custa: cerca de R$ 30,00
Classificação: muito bom

Côtes du Ventoux Les Traverses 2004 (Paul Jaboulet Aîné)


Vinho leve, para aqueles que não buscam muita complexidade. Tem bom conjunto. No nariz e na boca, frutas vermelhas e algo de baunilha. Taninos macios. Acidez e álcool bem discretos. Cor rubi médio.
Considerando a sua faixa de preços, é um francês bem decente. O que é uma raridade, pois dificilmente encontramos aqui no Brasil vinhos franceses bons e ao mesmo tempo baratos. Infelizmente, os bons vinhos do país de Napoleão, para nós brasileiros, custam muito caro. O Côtes du Ventoux Les Traverses 2004, de Paul Jaboulet Aîné, portanto, é uma exceção.


Onde comprar: Mistral (www.mistral.com.br)
Quanto custa: cerca de R$ 50,00.
Classificação: bom

Altas Cumbres Malbec 2007


Malbec argentino bem redondo. Ótima opção para o dia-a-dia. Leve, equilibrado, fresco, nariz frutado, taninos discretos, acidez correta. Bom custo-benefício.
A vinícola Lagarde, de cujas vinhas com mais de 66 anos veio este Altas Cumbres, foi fundada em 1897. São mais de cem anos de vinho. Quando se tem essa experiência, é muito difícil errar.

Onde comprar: Vinhos Web (www.vinhosweb.com.br)
Quanto custa: cerca de R$ 30,00
Classificação: bom

Amalaya de Colomé 2006


Cinco uvas – malbec, cabernet sauvignon, syrah, tannat, bonarda – e o resultado: um ótimo vinho. E bota ótimo nisso, pois este Amalaya de Colomé 2006, do Vale de Calchaquí, província de Salta, Argentina, é daqueles vinhos que não podemos deixar de ter na nossa adega. Ele é produzido pela vinícola mais antiga da Argentina em atividade, a Bodega Colomé, fundada em 1831, com vinhedos de 90 anos de idade e entre 1.700 e 2.300 metros de altitude. Tudo isso torna o Amalaya um vinho extremamente saboroso, com muita classe e marcante presença de café, frutas e o típico fundo doce da malbec. É cheio na boca e muito equilibrado na acidez e no álcool, apesar dos 14,2% de volume alcoólico. Tem um custo-benefício espetacular. Diria que, se tivesse a grife de uma vinícola ou região do Velho Mundo, custaria, por baixo, quatro vezes mais.

Onde comprar: no Recife, Manihot Iguarias (81 3471-2090)
Quanto custa: cerca de R$ 40,00
Classificação: muito bom

Vinho verde, o vinho da estação


Participei, terça-feira passada (4/11/2008), de uma degustação de vinhos verdes promovida pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes. O evento foi no Recife, como parte de uma ação que visa popularizar o consumo desse tipo de vinho na Região Nordeste.
Bons vinhos foram servidos na degustação, como o Quinta da Aveleda Loureiro 2007, o Quinta da Lixa Trajadura 2007, o Quinta da Pena Loureiro 2007 e aquele que, a meu ver, foi o grande destaque: o Quinta da Lixa Alvarinho 2007, um vinho muito prazeroso, em que se percebem vivas notas de frutas tropicais como manga e maracujá, envolvidas em muito frescor e certa complexidade. Gostei e recomendo. Depois do encontro, caí na rua para encontrar esse ótimo vinho, mas infelizmente não o encontrei, pelo menos no comércio da minha cidade, Recife. Então, fica o recado: se você é proprietário de loja/adega de vinhos, uma boa é ofertar para venda o Quinta da Lixa Alvarinho 2007. Nesta época de verão abrasador, ele tem tudo para ser sucesso de vendas.

Meia Pipa Tinto 2005


Tem esse nome porque inicialmente era vendido em meias pipas, isto é, barris de 250 litros. É um português muito bem-feito, em cuja composição entram as castas cabernet sauvignon (34%), syrah (33%) e castelão (33%). Aroma e sabor de frutas como cereja e ameixa, presença de especiarias como canela e café, taninos doces, madeira bem dosada, correta acidez e final de médio para longo. Entre os de sua faixa de preço, sem dúvida é uma boa compra.

Onde comprar: no Recife, Casa dos Frios (81 2125-0000)
Quanto custa: cerca de R$ 40,00
Classificação: muito bom

Latitud 33° Malbec 2007


Este é o vinho que os enoblogs (ver “Favoritos do Avaliador”, ao lado) vão avaliar agora em novembro. Foi uma escolha do confrade do blog Degusteno (www.degusteno.blogspot.com).
A princípio, fiquei com certo receio: será que um vinho como este, produzido em grande escala, facilmente encontrado em qualquer supermercado, pode ser bom? O Latitud 33 Malbec 2007 mostra que pode. Muito prazeroso, o que mais chama a atenção nele é o aroma frutadíssimo, que é seguido de outras qualidades, como a leveza, a macieza e a harmonia. Sem contar o preço, menos de R$ 20,00, que deixa no lucro o consumidor que compra este vinho.
Sabe de uma coisa? Vou ao supermercado comprar mais garrafas!

Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Onde comprar: supermercados e lojas do ramo
Classificação: bom