Rio Sol Demi Sec


Espumante levinho e refrescante que reafirma a vocação do Vale do São Francisco para a produção desse tipo de bebida. Corte de syrah (90%) e moscato caneli (10%) e elaborado pelo processo charmat (fermentação em tanques de inox e engarramento sob pressão), mostra-se despretensioso, mas sem ser um básico dos básicos, pois tem suave elegância, expressa por sua alegre perlage e viva cor.  Uma ótima opção para combinar com salgadinhos de coquetel.
Onde comprar: Recife Mercantil (81 2122 0800)
Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Classificação: bom

Terra Nova Blanc de Blancs Demi Sec


Bom espumante produzido pela Miolo no Vale do São Francisco. Destaque para seu frescor e a boa presença de fruta na boca. No nariz, uma gostosa fragrância floral. Perlage fina e constante. Bom custo-benefício. Para quem procura o espumante do brinde de fim de ano, é uma acertada escolha.
Onde comprar: Recife Mercantil (81 2122 0800)
Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Classificação: bom

Oremus Moscatel



A partir de agora, até o fim do ano, só vamos falar de espumantes.O primeiro da série é o Oremus Moscatel. Atenção! Fique longe desse espumante se você não gosta de bebidas doces, que é o meu caso. Está certo, moscatel é um vinho doce, mas o problema deste é que é exageradamente doce. Argh! Por outro lado, para os que gostam de açúcar na forma de vinho, o Oremus Moscatel é uma ótima pedida. Em resumo, trata-se de uma opção interessante para quem está à procura de um vinho simples, barato e dulcíssimo. 
Onde comprar: Ingá Vinhos (81 3252-1100, 81 3304-9361 e 81 3326-3858) 
Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Classificação: ruim para os que não gostam de vinho doce, bom para os que gostam

Cono Sur Bicicleta Riesling 2007


Mais um "Vinho do Mês" da Confraria Brasileira dos Enoblogs. Foi uma escolha do confrade Jean, do blog O tanino. E Jean acertou na escolha! Com um bom conjunto, este riesling é muitíssimo refrescante, constituindo-se dessa forma numa ótima opção para o verão. Poderíamos até chamá-lo de vinho praiano, pois pelas suas caracteríscas é o acompanhante perfeito de uma ótima peixada num dia de praia e muito sol.
Frutado, com predominância de frutas cítricas, bela cor amarelo-palha, boa acidez, outras características que tornam o Cono Sur Bicicleta Riesling 2007 um vinho agradavelmente bom.
Onde comprar: Ingá Vinhos (81 3252-1100, 81 3304-9361 e 81 3326-3858)
Quanto custa: cerca de R$ 30,00
Classificação: bom

Conde de Valdemar Reserva 2002


Soberbo vinho de Rioja, Espanha. As tempranillos e mazuelos deste espanhol resultaram num vinho encorpado, mas ao mesmo tempo macio e com rico aroma de baunilha. Apesar do envelhecimento de 25 meses em barricas de carvalho, não há nele o nefasto excesso de madeira que caracteriza os vinhos espanhóis. Em vez disso, muita elegância e uma riqueza de taninos raramente encontradas. Um grande vinho, sem dúvida, e por isso vale todo o real despendido nele. 
Onde comprar: Mistral (www.mistral.com.br)
Quanto custa: cerca de R$ 70,00 

Classificação: muito bom

Le Mas au Schiste (Domaine Rimbert) 2006





Este é para os que sempre estão à procura de bons vinhos franceses e não estão dispostos a pagar uma fortuna. Corte de carignan, syrah e grenache, o Le Mas au Schiste é um vinho muito prazeroso, com boa carga de fruta, sem excesso de madeira e muito rico em sabores e aromas. Da região do Languedoc, é um vinho que expressa a marca da terra e todo o esforço e inspiração artesanal do produtor.
Onde comprar: De la Croix Vinhos (11 3034-6214)
Quanto custa: cerca de R$ 90,00
Classificação: muito bom

Salton Volpi Cabernet Sauvignon 2007

 Este é o “Vinho do Mês” da Confraria Brasileira dos Enoblogs. Foi escolhido pela amiga Fabiana Mignot, do Escrivinhos. A postagem sobre ele era para ter sido publicada no dia 1º de novembro, mas o feriadão da semana passada impediu que isso ocorresse.



Voltemos ao vinho: o que posso dizer dele? Ele é bonzinho, ou seja, um bom sem graça. O que quero dizer é que é um vinho fechado, sem muita expressividade, com excessiva “maquiagem” à base de madeira,que tem o lado bom de anular os defeitos, mas tem o mau de deixar o vinho sem identidade.


Enfim, este Salton dá para o gasto, pois não é uma mediocridade, mas também não é lá grandes coisas, pela monotonia que provoca no nariz e na boca.


Onde comprar: Recife Mercantil (81 2122 0800)
Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Classificação: bom (pendendo para o regular)

Sangre de Toro 2006


Vinho produzido na Catalunha pela gigante espanhola Miguel Torres. Trata-se de um corte das uvas garnacha e mazuelo. Marcante sabor de passas, forte cor rubi, boa acidez, são as principais virtudes. Álcool além do ideal e pobreza dos taninos, são os defeitos. É um vinho correto, nada além disso. Pode ser incluído no rol dos “vinhos para o dia a dia”. Se o preço estiver na faixa dos R$ 30,00, vale a pena. A partir dos R$ 40,00, não é bom negócio.
Onde comprar: Recife Mercantil (81 2122 0800)
Quanto custa: cerca de R$ 30,00
Classificação: bom

Prelúdio Tormentas 2007


Este é o vinho básico da linha Tormentas de Marco Danielle. Mas “básico” aqui se refere ao preço, e não à qualidade. O Prelúdio custa cerca de R$ 40,00, bem menos que os outros vinhos de Danielle, na faixa de preço acima dos R$ 100,00.
Marco Danielle é, no contexto do vinho nacional, uma figura rara. Faz vinhos com o mínimo de intervenção e da forma mais natural possível, evitando a adição de conservadores como o dióxido de enxofre (SO2).
O Prelúdio dá a entender que o trabalho de Marco Danielle está no caminho certo, pois se mostrou um vinho surpreendente, acima do padrão médio: intenso, complexo, encorpado e paradoxalmente leve (será a ausência do SO2?).
O mais interessante deste diferenciado vinho é que, livre de madeira e sem os artificialismos praticados pela grande indústria, tem um jeitão de vinho francês, mais precisamente, dos bons vinhos de Bordeaux.
Quanto custa: cerca de R$ 40,00
Onde comprar: Madame do Vinho (11 7135-1013 - madamedovinho@terra.com.br) Classificação: muito bom

Miolo Seleção Tinto 2008


Coube a este blogueiro escolher o Vinho do Mês – Edição Outubro de 2009 – da Confraria Brasileira dos Enoblogs. A postagem deveria ter entrado no blog no dia primeiro. No entanto, impedido pelos compromissos profissionais, só hoje, um lindo domingo de sol da cálida primavera nordestina, consegui tempo para relatar minha opinião acerca do Miolo Seleção Tinto 2008.
A escolha deste vinho se deveu às mudanças feitas nele pela vinícola produtora – a Miolo –, segundo a qual se trata do vinho fino mais vendido no Brasil. Deve ser mesmo, mais pelo preço do que pela qualidade, principalmente na fraca versão anterior, uma mistura de cabernet sauvignon, merlot, pinot noir e alicante bouschet.
Esta versão da safra 2008 assinala a estreia de um novo corte – cabernet sauvignon com merlot – e, portanto, de um novo vinho. A mudança foi positiva, o vinho ficou melhor, foi amaciado e ganhou mais fruta.
Apesar disso, o Miolo Seleção Tinto 2008 ainda está longe de ser um vinho recomendável para o dia a dia. Na faixa de preço dele, encontram-se opções e mais opções de bons chilenos e argentinos, alguns até mais baratos.
Mais valeu. O vinho fino “mais vendido do Brasil” agora está bebível e pode ser o vinho de entrada quando a adega estiver desprovida de vinhos melhores.
Onde comprar: em bons supermercados (por exemplo, no Recife, o Hiperbompreço)
Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Classificação: regular

Alamos Malbec 2008

Todos elogiam o Alamos Malbec. E eu não entendia os elogios porque, no ano passado, quando tomei a safra 2006 deste vinho, a impressão foi a pior possível. Relembre: http://avaliadordevinhos.blogspot.com/2008/04/alamos-malbec-2006.html.
O trauma foi tão grande que só agora eu tive coragem de abrir outro Alamos Malbec. Desta vez foi o de 2008 e toda a imagem negativa que eu tinha do rótulo foi desfeita. Com muita suculência e toda a plenitude da uva malbec – uma das minhas preferidas – este vinho argentino é inegavelmente uma das melhores opções de compra atualmente disponíveis no mercado.
O valor dele, ainda bem, está aquém de toda a exuberância da rica mistura de frutas como groselha, amora, cereja, enriquecida por um elegante toque de carvalho e chocolate.
Está redimido, pois, o Alamos Malbec.

Quanto custa: cerca de R$ 30,00
Onde comprar: Mistral (www.mistral.com.br)
Classificação: bom

Villa Bari Merlot 2005


Este vinho é produzido no subúrbio de Porto Alegre. Isso mesmo, existe uma vinícola na capital dos gaúchos – a Barichello – produzindo vinhos finos. E bons vinhos, ressalte-se, como este Villa Bari Merlot, um vinho seco,robusto, com ótima concentração de frutas, bastante equilibrado e acidez perfeita.
A Barichello é uma vinícola de produção muito pequena. Não passa de 5 mil garrafas. Produz tudo com muito esmero. E está, pelo que mostra o seu merlot, no caminho certo.
Onde comprar: Armazém Canta Maria (www.cantamaria.com.br/armazem)
Quanto custa: cerca de R$ 40,00
Classificação: bom

Palo Alto Reserva 2007


Escolhido por Alexandre Frias, do Diário de Baco, para ser o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, o Palo Alto 2007 não decepcionou. Muito pelo contrário! Com a carga de frutas e os taninos doces típicos dos bons vinhos do Novo Mundo, o Palo – um corte chileno de cabernet sauvignon,carmenere e syrah – revelou-se ótima opção aos que procuram um vinho de bom custo-benefício.
De negativo apenas a distribuição deste vinho, muito ruim, pelo menos no Recife. Só conseguimos ter acesso a ele graças à internet. A Expand, a importadora que distribui o Palo Alto no Brasil, precisa melhorar sua logística na capital pernambucana.
Onde comprar: na Expand (
www.expand.com.br)
Quanto custa: cerca de R$ 30,00
Classificação: bom

Malbec de France le Plant du Roy


Este malbec francês – uma novidade para nós brasileiros – é produzido no sudeste da França, na região de Cahors, que para alguns é o berço da uva malbec.
Os que gostam dos malbecs argentinos provavelmente estranharão este de Cahors. Pudera, ele não tem a explosão de frutas nem a maciez dos feitos na terra do tango. Mas tem boas características, como o equilíbrio e um sabor mais complexo, em que é possível identificar traços de frutas vermelhas, fumo e flores. Apesar de ser 100% malbec, é uma assemblage – uma assemblage de safras. O produtor misturou as safras 2002, 2004 e 2005, aproveitando o melhor de cada uma, e o resultado foi positivo: um bom vinho do Velho Mundo, e o melhor, sem ter um preço impeditivo.
Onde comprar: na Vini Rio (21 2256-0858/ 21 2256-1758)
Quanto custa: R$ 60,00
Classificação: bom

Churchill Cabernet Franc 2006


Foram produzidas apenas 600 garrafas. Um vinho nacional raro. E diferenciado: nome de estadista inglês; elaborado por um americano residente no Brasil, o californiano Nathan Churchill; garrafa no estilo bordalês; rótulo que lembra o do Romanée-Conti e o principal – a forma de elaboração. Com as uvas da vinícola gaúcha Valmarino, Nathan Churchill fez um vinho potente, com muita madeira e com um delicioso sabor de café tostado, à moda dos vinhos da Califórnia, precisamente do Napa Valley.
O mais interessante deste vinho é que, apesar do uso intenso de madeira, ela não incomoda nem inclui o Churchill no rol dos vinhos desequilibradamente amadeirados. É porque Nathan Churchill soube empregar a madeira: barricas novas de carvalho americano secas ao ar livre por 36 meses. Aqui no Brasil não se costuma usar barricas novas. Talvez por isso encontramos na maioria dos vinhos nacionais aquele gosto que denuncia o excesso de madeira.
No Churchill não há isso. Há madeira, há. Mas de uma forma harmoniosa e decisiva para fazer dele um dos melhores cabernets francs do Brasil.
Onde comprar: na Enoteca Saint Vin Saint (www.saintvinsaint.com.br)
Quanto custa: cerca de R$ 70,00
Classificação: muito bom

Casa Valduga Premium Cabernet Franc 2005


Este cabernet franc da Casa Valduga foi o escolhido pelo confrade do Vinho para Todos (www.vinhoparatodos.blogspot.com) para ser o vinho do mês da Confraria dos Enoblogs.
Foi uma boa escolha e, para mim, uma bela surpresa. E isso apesar da madeira um pouco além da conta – o que é, infelizmente, uma característica da maioria dos vinhos nacionais. Abstraindo-se essa característica, o Casa Valduga Premium Cabernet Franc 2005 é um vinho muito agradável, com saborosos e persistentes taninos, uma mescla de fruta e café no paladar e um buquê inclinado ao floral.
Por segurança, só comprei uma garrafa. Agora cogito comprar outras, pois passou no teste, sendo uma boa opção para o dia a dia.
Onde comprar: Recife Mercantil (81 2122-0800)
Quanto custa: cerca de R$ 30,00
Classificação: bom

Tsantali Naousa Epilegmenos (Reserva) 2003


Ganhei este vinho grego numa promoção do Sam’s Club. Como de cavalo dado não se olham os dentes, não tenho do que reclamar. E mesmo que o cavalo não fosse dado, também não teria. É um vinho muito decente, bem redondo, com tanino macio, um sabor e um aroma que denotam uma mescla de frutos vermelhos e especiarias. Ademais, tem boa acidez, correta presença de álcool e um retrogosto de médio para prolongado. É feito com a uva grega xinomavro, que, pelo que vi neste Tsantali Naousa, produz um vinho muito parecido com os da cabernet sauvignon.
Moral da história: este não foi um presente de grego!
Onde comprar: no Sam’s Club
Quanto custa: não sei, pois não o comprei
Classificação: bom

Panul Cabernet Sauvignon 2006


Sábado de manhã, recebo uma ligação de um amigo: “Vai ao Bompreço, que lá tem um vinho que está sendo vendido por R$ 10,00 e que vale muito mais”.
O vinho era este Panul Cabernet Sauvignon 2006, sobre o qual vamos falar agora. Meu amigo estava com razão. Este chileno vale bem mais que R$ 10,00. Ele é muito agradável e tem boa frutosidade. Claro que está longe da perfeição – o álcool, por exemplo, está além do ponto. Mas, por custar R$ 10,00, podemos afirmar que é um vinho surpreendente, constituindo-se numa ótima opção para o dia a dia.
Onde comprar: no Nordeste, no Bompreço; no Sul e no Sudeste, talvez no Wal-Mart, dono do Bompreço
Quanto custa: cerca de R$ 10,00
Classificação: bom

Pizzato Merlot 2005


Palmas para a Pizzato! Por quê? Porque está nos oferecendo um ótimo vinho por um preço justo e acessível. E essa atitude merece ser muito elogiada mesmo, pois vai na contramão do que é habitual entre as vinícolas nacionais. Ora, sabemos nós que basta nossas vinícolas produzirem um vinhozinho mais decente para elas supervalorizarem o rótulo e cobrarem por ele um preço incompatível com a sua real qualidade.
Claro que há exceções dessa tosca política de exploração e, entre essas exceções, está a Pizzato, vinícola bento-gonçalvense cujos vinhos se caracterizam pela boa qualidade e realismo do preço. Bom exemplo disso é este Merlot 2005, redondíssimo, com boa carga de frutas e saborosos taninos. Essas qualidades nos dão a certeza de que estamos a falar daquele que será um dos vinhos nacionais de melhor relação custo-benefício neste ano de 2009.

Onde comprar:
Meu Vinho (
www.meuvinho.com.br)
Quanto custa: cerca de R$ 30,00
Classificação: muito bom

Observação: Esta postagem foi publicada em março. Estamos republicando-a porque coincidiu de o Pizzato Merlot 2005 ser o vinho do mês de julho da Confraria Brasileira dos Enoblogs.

Tantehue Cabernet Sauvignon 2007


Este foi o vinho do mês de junho da Confraria Brasileira dos Enoblogs.
Como eu não o encontrei no Recife, o confrade Jeriel (www.blogdojeriel.com.br), numa gentileza típica de um bom confrade, enviou-me uma garrafa. A viagem São Paulo (onde Jeriel está) Recife (onde eu estou) via Correios é desgastante para um produto tão delicado como o vinho. Então, resolvi pôr o Tantehue para descansar por quinze dias a fim de recuperá-lo da “odisséia”. E valeu a pena!
O Tantehue, da vinícola chilena Ventisquero, revelou-se um vinho muito decente, de fácil agrado, com muita fruta e suavidade. Somente a acidez dele destoa um pouco do conjunto, um detalhe, porém, que não altera nosso entendimento de que o Tantehue Cabernet Sauvignon 2007 é um bom vinho.
Onde comprar: Carrefour (de São Paulo)
Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Classificação: bom

O portal Temperus e a coluna Além do Vinho


Está no ar o portal Temperus Gastronômico (www.temperus.com.br). Com a proposta de trazer o que há de melhor na gastronomia com muita informação, cultura e receitas, o portal é mais uma opção de bom conteúdo editorial na internet.

Fazemos parte do projeto com a coluna Além do Vinho, que semanalmente abastecerá o leitor com notícias relacionadas não só ao vinho, mas também a outros prazeres da vida, como turismo e gastronomia.

Esperamos a sua visita!

Casa Perini Barbera 2006


Conselho de amigo: não tome um vinho mediano depois de beber grandes vinhos. O trauma é grande...
Foi o que aconteceu comigo. Tomei ótimos vinhos numa noite e ia arrematar com um razoável. Mas o razoável se transformou numa deformidade tão disforme, que terminou ficando de lado, para abrir espaço para outro grande vinho, que para a felicidade geral da nação terminou sendo o arremate da noite.
De quais vinhos bons e de qual vinho razoável que virou deformidade estou falando? Os bons: Eq Matetic Syrah 2006, Quinta do Crasto 2006, The Colonial Estate 2005; o razoável que virou deformidade: Casa Perini Barbera 2006.
O problema da deformidade, ops!, do Casa Perini Barbera, na noite em que foi precedido de ótimos vinhos, é que ele simplesmente desapareceu, virou vinagre. Ainda bem que eu tive a ideia de preservá-lo, guardando a garrafa para outro dia.
Então, no dia seguinte, vi que o dito-cujo não era tão ruim assim. Dava para beber, apesar dos defeitos, como a forte acidez e a pobreza de aromas e sabores.
Onde comprar: No Recife, na Ingá Vinhos (81 3252-1100 e 81 3326-3858)
Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Classificação: razoável

Eq Matetic Syrah 2006


Há vinhos que nos impressionam já no desarrolhar. É o caso deste Eq Matetic Syrah 2006. Assim que é aberto, começamos a captar toda a sua densidade. É puro deleite de uma rica mescla de aromas – frutas, flores, especiarias, tabaco...
Na boca, o vinho continua denso e prazeroso, com muita personalidade e um conjunto em que nada destoa: acidez, madeira, fruta, álcool, taninos, tudo muito próximo da perfeição.
Não por acaso é um vinho superpremiado – 91 pontos e Top 100 of 2006 (um dos 100 melhores vinhos do mundo) na Wine Spectator e escolhido o melhor syrah chileno pela Wine of Chile.
Só o preço é que “azeda” um pouco o sabor deste magnífico vinho. Mas nada suficiente para apagar-lhe o brilho.
Onde comprar: no Recife, na Casa dos Frios (81 2125-0000)
Quanto custa: foi presente, mas, pelo que pesquisei na internet, custa em média R$ 250,00
Classificação: muito bom

Alfredo Roca Pinot Noir 2006


Boa opção de pinot noir barato. Repito: boa opção de pinot noir barato. O que significa isso? Significa que é um vinho despretensioso, que satisfaz, mas que não impressiona. Ele é certinho, redondinho, gostosinho, mas lhe falta o algo-mais dos vinhos marcantes. E isso por sua excessiva simplicidade, caracterizada pela hiperpobreza de taninos, pela limitação de aromas e sabores. O fato é que sua grande virtude é aquela que está no início deste comentário: é barato. E, considerando que é um pinot noir, é uma virtude e tanto.
Onde comprar: Recife Mercantil (81 2122-0800)
Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Classificação: "bonzinho"

Viu Manent Malbec 2007


Um malbec chileno de bom nível, que mantém o padrão Viu Manent, porém distante dos bons malbecs argentinos. Vale como experiência para ver o peso do terroir na elaboração de vinhos. Enfim, sem a intensa frutosidade dos malbecs dos hermanos, este Viu Manent não decepciona, pois é honesto, oferecendo razoável presença de frutas no paladar e fortes notas de café e especiarias no aroma.
Onde comprar: Ingá Vinhos (81 3252-1100 e 81 3326-3858)
Quanto custa: cerca de R$ 40,00
Classificação: bom

Château Ducos Cabernet Sauvignon 2007


Boa novidade do Vale do São Francisco, que ratifica o que já sabemos, mas que não custa repetir: é possível produzir vinhos honestos nessa região do Nordeste brasileiro.
Não procure no Château Ducos sabores e aromas complexos, pois é um vinho muito simples. No entanto, nessa simplicidade, ele consegue agradar por fugir do previsível dos vinhos baratos, como o próprio, que custa um pouco mais de R$ 10,00. E, por isso mesmo, com convicção, podemos asseverar que se trata de um quase insuperável custo-benefício, pois, pela correta presença de fruta e pelo conjunto harmônico, o Ducos vale muito mais. Mas nem pensem os produtores – se por acaso lerem este comentário – em majorar o preço do caçulinha do Vale. Vinho bom e barato é raridade. E queremos que o Château Ducos continue sendo uma dessas raridades.
Onde comprar: Recife Mercantil (81 2122-0800)
Quanto custa: cerca de R$ 10,00
Classificação: bom

Lyngrove Collection Sauvignon Blanc 2008


Quando se fala em vinhos sul-africanos, os primeiros que vêm à memória são os tintos feitos com a uva pinotage, que está para a África do Sul como a malbec para a Argentina ou a tannat para o Uruguai.
De fato, esse país produz ótimos vinhos com a pinotage, uva produzida em laboratório, resultado do cruzamento da pinot noir com a cinsaut (também conhecida como hermitage). Mas, a nosso ver, não é a pinotage a uva dos melhores vinhos sul-africanos, e sim a sauvignon blanc, uva de brancos frescos, com agradável acidez e muita fruta cítrica, a qual se adaptou muito bem ao solo da África do Sul.
Serve-nos, para ilustrar essa nossa convicção, o Lyngrove Collection Sauvignon Blanc 2008, um vinho impecável, frutado e com discreta nuança mineral, valorizado pela correta acidez e leveza própria dos blancs elegantes.

Onde comprar: Wine Company (www.winecompany.com.br – telefone: 41 3601-1300)
Quanto custa: cerca de R$ 50,00
Classificação: muito bom

Lidio Carraro Grande Vindima Cabernet Sauvignon 2005


Apenas 3.400 garrafas. Quase 15% de álcool. Nenhum estágio em madeira. Não restam dúvidas: estamos diante de um vinho categorizado. Impressão que é confirmada ao revolver o vinho em boca, quando se aviva uma explosão de frutas típica dos vinhos superconcentrados, aqueles que nos dão a impressão de estarmos bebendo uvas em cacho.
Mas, como nem tudo é perfeito, este Grande Vindima somaria mais alguns pontos se tivesse a acidez de seu sabor refreada e, o principal, um preço mais condizente com a realidade brasiliana, especialmente nesta época de "marolinha".

Quanto custa: cerca de R$ 80,00
Onde comprar: na loja virtual da Lídio Carraro (www.lidiocarraro.com/compraonline.php) e, no Recife, na Club du Vin (81 3326-5719)
Classificação: muito bom

Pizzato Merlot 2005


Palmas para a Pizzato! Por quê? Porque está nos oferecendo um ótimo vinho por um preço justo e acessível. E essa atitude merece ser muito elogiada mesmo, pois vai na contramão do que é habitual entre as vinícolas nacionais. Ora, sabemos nós que basta nossas vinícolas produzirem um vinhozinho mais decente para elas supervalorizarem o rótulo e cobrarem por ele um preço incompatível com a sua real qualidade.
Claro que há exceções dessa tosca política de exploração e, entre essas exceções, está a Pizzato, vinícola bento-gonçalvense cujos vinhos se caracterizam pela boa qualidade e realismo do preço. Bom exemplo disso é este Merlot 2005, redondíssimo, com boa carga de frutas e saborosos taninos. Essas qualidades nos dão a certeza de que estamos a falar daquele que será um dos vinhos nacionais de melhor relação custo-beneficio neste ano de 2009.

Onde comprar: Meu Vinho (www.meuvinho.com.br)
Quanto custa: cerca de R$ 30,00
Classificação: muito bom

Salton Talento 2005


Corte de cabernet sauvignon, merlot e tannat, este “brasuca” está acima da média nacional. Conhecíamos o Talento 2004, muito bom também, mas o 2005 está melhor. Está com mais fruta, mais encorpado, mais equilibrado. Ainda assim, está longe da fina flor dos vinhos mundiais, pois precisa melhorar em alguns quesitos, como o álcool, que precisa ser mais abrandado. Outro porém é o preço. Poderia custar um pouco menos, pois é um bom vinho, mas o mercado tem vinhos do mesmo padrão com preço inferior. Apesar disso, vale experimentar este Salton, que, reafirmamos, é um dos melhores do Brasil.

Quanto custa: cerca de R$ 70,00
Onde comprar: nas melhores lojas do ramo e em bons supermercados
Classificação: muito bom

Espumante Rio Sol Demi Sec 2006


Esta postagem é um alerta para os que, como eu, se arriscam comprando vinho em liquidações. A história é a seguinte: no início do ano, comprei algumas garrafas de vinho na loja virtual da Expand.Aproveitei a “Expand Sale”, que, não posso deixar de falar, é mais um exemplo dessa mania jeca do comércio de batizar as liquidações com nomes estrangeiros.Mas isso é apenas um detalhe. O pior está por vir: entre as garrafas compradas, havia duas do Espumante Rio Sol Demi Sec e, para infelicidade deste blogueiro, as duas estavam estragadas. Vou repetir: comprei duas garrafas do Espumante Rio Sol Demi Sec e as duas estavam estragadas. Muita coincidência, não? Enfim, nada de mais, apenas um prejuízo de R$ 50,00 e uma lição aprendida: comprar vinho em liquidações, ou “sales”, como preferem nossos comerciantes anglo-americanizados, pode ser o barato que sai caro.


Onde (não) comprar: Expand (www.expand.com.br)
Quanto custa: cerca de R$ 25,00
Classificação: pelo motivo exposto, fica sem

Mátrai Pinot Noir 2007



Comprei alguns vinhos da Hungria na importadora Empório Húngaro (ver telefone abaixo) e, à medida que eu os for provando, deixarei aqui registrada minha opinião acerca deles.
O primeiro vinho avaliado é um pinot noir diferente de todos os vinhos dessa uva que já tomei: um pinot noir de sobremesa. Isso mesmo, um pinot de sobremesa, como um vinho do Porto, um moscatel , um sauternes, um amarone, um Xerez doce e um Tokay, este último também da Hungria.
Este pinot húngaro de sobremesa me surpreendeu positivamente: primeiro, porque é menos alcoólico do que os outros vinhos de sobremesa; segundo, porque seu doce é tolerável, não é enjoativo; terceiro, porque é muito leve, muito suave. Fiquei com a certeza de que é vinho ideal para acompanhar doces e bolos. Eu o degustei acompanhado de um autêntico bolo de rolo pernambucano e a combinação foi perfeita! Como seu doce não é agressivo, pode até mesmo ser apreciado por aqueles que não gostam de vinhos suaves. Numa recepção, se for servido às mulheres, será sucesso certo, pois elas tendem a gostar desse tipo de vinho. Enfim, valeu a experiência!

Onde comprar: Empório Húngaro (
http://www.emporiohungaro.com.br/ – telefone: 11 5181-6298)
Quanto custa: cerca de R$ 40,00
Classificação: bom

Filipa Pato 3B Rosé Brut


Depois da boa e merecida folga carnavalesca, estamos de volta às nossas postagens.
E nosso retorno é em grande estilo, com o espumante português Filipa Pato 3B.
Feito com as uvas baga e bical, este espumante rosé encanta pela sua delicadeza e frutosidade. Seu perfume exala aromas de frutas vermelhas, como morango e cereja. Há muito equilíbrio em seu conjunto, uma corretíssima acidez e expressividade em seu sabor, no qual voltam a se destacar as notas de frutas vermelhas. Tem, por todas as suas virtudes, um ótimo preço. Vale, portanto, o “investimento”.

Onde comprar: na internet, Wine Store (
www.winestore.com.br); no Recife, Distribuidora de Vinhos Recife (81 3426-2090)
Quanto custa: cerca de R$ 40,00
Classificação: muito bom

Rio Sol Rosé 2007


A Confraria dos Enoblogs solicitou aos associados que postassem uma dica de vinho rosé com preço acessível. O nosso escolhido foi este Rio Sol, mais um honesto vinho do terroir do Vale do São Francisco. Produzido exclusivamente com uvas syrah, tem como grandes predicados o aroma frutado e a jovialidade de seu paladar, em que predominam notas de frutas frescas. Ademais, por sua leveza alcoólica, é boa opção para acompanhar aperitivos. E, por último, mencionamos o ótimo preço, o que o torna uma inegável compra acertada.

Onde comprar: Expand (
www.expand.com.br)
Quanto custa: cerca de R$ 15,00
Classificação: bom

Le Rosé de Floridene 2006


Elegante rosé de Bordeaux. Dá gosto de tomar! Presença de frutas vermelhas, com predominância de morangos. Tem aromais florais e carrega em sua tonalidade um cor-de-rosa pálido, mas paradoxalmente marcante. Muito leve, muito fresco, muito saboroso. Excelente opção para este tórrido verão recifense.

Onde comprar: na internet, Wine Store (www.winestore.com.br); no Recife, Distribuidora de Vinhos Recife (81 3426-2090)
Quanto custa: cerca de R$ 50,00
Classificação: muito bom

Casal Mendes Rosé


Um rosé tão fraquinho, mas tão fraquinho, que a gente pode até tomar com gelo. E olhe que só estamos perdendo tempo para falar dele porque nosso blog tem a proposta de ser um prestador de serviço, ajudando o leitor a se livrar dos maus vinhos, como este made in Portugal, um rosé sem fruta, sem frescor, sem sabor, enfim, sem graça. O único ponto positivo dele é o preço. Mas o barato sem qualidade, já dizia meu velho avô, sai caro.
P.S.: Justiça seja feita, a garrafa bonitinha é outro ponto positivo.

Onde comprar: no Recife, Casa dos Frios (81 2125-0000)
Quanto custa: cerca de R$ 15,00
Classificação: ruim

Leonardo Malbec 2005


Este Leonardo me agradou mais que o tempranillo da mesma linha, já comentado neste blog (http://avaliadordevinhos.blogspot.com/2008/10/leonardo-tempranillo-2005.html) .
É bem redondo e frutado, com bom equilíbrio e, apesar da graduação alcoólica de 14,5%, o álcool não predomina. Pelo contrário, é encoberto pelo suave e doce sabor de ameixa mesclado com especiarias, característica dos bons malbecs. Aprovado!

Onde comprar: no Recife, Casa dos Frios (81 2125-0000)
Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Classificação: regular

Ventisquero Syrah Clássico 2005


Há alguns anos tomei um Ventisquero dos básicos e ele não me agradou. Desde então adquiri um preconceito contra essa linha e, todas as vezes que me deparava com um desses nas gôndolas de lojas e supermercados, o descartava automaticamente.
Agora em janeiro, mês de “aperto monetário”, comprei alguns vinhos mais acessíveis e entre eles estava este Ventisquero, que, para minha felicidade, me surpreendeu. Pelo valor dele, um pouco mais de R$ 20,00, merece muitos elogios, pois tem boas qualidades: equilibrado, macio, frutado, consistente, enfim, muito decente. Com toda a franqueza, não esperava isso deste Ventisquero, apesar de essa linha gozar de uma boa reputação. Fica, pois, a dica para mais uma boa opção para o dia a dia.

Onde comprar: Recife Mercantil (81 2122 0800)
Quanto custa: cerca de R$ 20,00
Classificação: bom

Urban Uco Tempranillo 2004


Este argentino, pelo preço que tem, é boa opção para o dia a dia. É frutado, tem taninos redondos, é leve, moderno e muito fácil de agradar. E, só para deixar registrado, pois já está na cara, seu custo-benefício é dos melhores. Faço, porém, uma advertência: é vinho que não aguenta envelhecimento. Portanto, o momento para comprar é agora, pois, pelo que vi, doravante, a tendência é decaírem suas qualidades.

Onde comprar: Vinci Vinhos (
www.vincivinhos.com.br; telefone: 11 27972000)
Quanto custa: cerca de 40,00
Classificação: bom

Doña Paula Estate Malbec 2007


Este é um bom malbec, mas não vale o preço que tem. Suas principais virtudes – bom conjunto, concentrado, baixa acidez, razoável retrogosto – não são o bastante para justificar-lhe o preço. O mercado está cheio de malbecs que, se não forem melhores, não ficam tão longe e são muito mais baratos. Um exemplo: o malbec da linha Crios de Susana Balbo, sobre o qual falaremos noutra oportunidade. Então, retomando o fio da meada, o problema deste vinho é o custo-benefício. E, para não nos alongarmos, arrematamos dizendo que o Doña Paula Estate Malbec 2007 é mais útil para mostrar que, também no universo dos vinhos, o caro nem sempre é o melhor.

Onde comprar: Bacco’s (0800 774 4292/ www.baccos.com.br)
Quanto custa: cerca de R$ 60,00
Classificação: bom

Crios de Susana Balbo Cabernet Sauvignon 2005


A enóloga argentina Susana Balbo sabe fazer vinhos. Este Crios Cabernet Sauvignon é prova disso. Um vinho competente do rótulo ao conteúdo. E, pelas qualidades dele, muito barato. Na faixa dos R$ 30,00, seu valor médio, há poucos vinhos tão bons. E o que tem este Crios de tão especial? A harmonia de seu conjunto, em que se destacam a macieza dos taninos, o sabor e o aroma plenos de frutas e especiarias como ameixa, uva passa e baunilha, além da intensidade de sua cor rubi. Enfim, um vinho que desliza e desce - parafraseando a cerveja - redondo.
É indiscutível: Susana Balbo sabe fazer vinhos.

Onde comprar: Recife Mercantil (81 2122-0800)
Quanto custa: cerca de R$ 30,00
Classificação: muito bom

Barão do Sul Colheita Seleccionada 2003


Na nossa primeira postagem do ano, um vinho altamente recomendado, este alentejano elaborado com as uvas aragonês, alicante bouschet, cabernet sauvignon e castelão. Um tinto bem redondo, com muita fruta e dotado de grande elegância e equilíbrio. Ressalte-se que estamos falando de um vinho de 2003, mas que não dá nenhuma mostra de envelhecimento. Na cor, por exemplo, um belo vermelho-rubi, nenhum sinal da borda atijolada que denuncia os velhos e decadentes vinhos.
Com este Barão do Sul, começamos o ano com o pé direito.

Onde comprar: Lusitana de Vinhos e Azeites (11 4508 8880/
www.lusitanadevinhos.com.br); no Recife, Ingá Vinhos
(81 3326 3259, 81 3304 9361 e 81 3252 1100 / www.ingavinhos.com.br )
Quanto custa: cerca de R$ 50,00
Classificação: muito bom